27 junho 2010
22 junho 2010
Ciudade Sin Sueno
No duerme nadie por el cielo. Nadie, nadie.
No duerme nadie.
Las criaturas de la luna huelen y rondan sus cabañas.
Vendrán las iguanas vivas a morder a los hombres que no sueñan
y el que huye con el corazón roto encontrará por las esquinas
al increíble cocodrilo quieto bajo la tierna protesta de los astros.
No duerme nadie.
Las criaturas de la luna huelen y rondan sus cabañas.
Vendrán las iguanas vivas a morder a los hombres que no sueñan
y el que huye con el corazón roto encontrará por las esquinas
al increíble cocodrilo quieto bajo la tierna protesta de los astros.
No duerme nadie por el mundo. Nadie, nadie.
No duerme nadie.
Hay un muerto en el cementerio más lejano
que se queja tres años
porque tiene un paisaje seco en la rodilla;
y el niño que enterraron esta mañana lloraba tanto
que hubo necesidad de llamar a los perros para que callase.
No duerme nadie.
Hay un muerto en el cementerio más lejano
que se queja tres años
porque tiene un paisaje seco en la rodilla;
y el niño que enterraron esta mañana lloraba tanto
que hubo necesidad de llamar a los perros para que callase.
No es sueño la vida. ¡Alerta! ¡Alerta! ¡Alerta!
Nos caemos por las escaleras para comer la tierra húmeda
o subimos al filo de la nieve con el coro de las dalias muertas.
Pero no hay olvido, ni sueño:
carne viva. Los besos atan las bocas
en una maraña de venas recientes
y al que le duele su dolor le dolerá sin descanso
y al que teme la muerte la llevará sobre sus hombros.
Nos caemos por las escaleras para comer la tierra húmeda
o subimos al filo de la nieve con el coro de las dalias muertas.
Pero no hay olvido, ni sueño:
carne viva. Los besos atan las bocas
en una maraña de venas recientes
y al que le duele su dolor le dolerá sin descanso
y al que teme la muerte la llevará sobre sus hombros.
Un día
los caballos vivirán en las tabernas
y las hormigas furiosas
atacarán los cielos amarillos que se refugian en los ojos de las vacas.
los caballos vivirán en las tabernas
y las hormigas furiosas
atacarán los cielos amarillos que se refugian en los ojos de las vacas.
Otro día
veremos la resurrección de las mariposas disecadas
y aún andando por un paisaje de esponjas grises y barcos mudos
veremos brillar nuestro anillo y manar rosas de nuestra lengua.
¡Alerta! ¡Alerta! ¡Alerta!
A los que guardan todavía huellas de zarpa y aguacero,
a aquel muchacho que llora porque no sabe la invención del puente
o a aquel muerto que ya no tiene más que la cabeza y un zapato,
hay que llevarlos al muro donde iguanas y sierpes esperan,
donde espera la dentadura del oso,
donde espera la mano momificada del niño
y la piel del camello se eriza con un violento escalofrío azul.
veremos la resurrección de las mariposas disecadas
y aún andando por un paisaje de esponjas grises y barcos mudos
veremos brillar nuestro anillo y manar rosas de nuestra lengua.
¡Alerta! ¡Alerta! ¡Alerta!
A los que guardan todavía huellas de zarpa y aguacero,
a aquel muchacho que llora porque no sabe la invención del puente
o a aquel muerto que ya no tiene más que la cabeza y un zapato,
hay que llevarlos al muro donde iguanas y sierpes esperan,
donde espera la dentadura del oso,
donde espera la mano momificada del niño
y la piel del camello se eriza con un violento escalofrío azul.
No duerme nadie por el cielo. Nadie, nadie.
No duerme nadie.
Pero si alguien cierra los ojos,
¡azotadlo, hijos míos, azotadlo!
No duerme nadie.
Pero si alguien cierra los ojos,
¡azotadlo, hijos míos, azotadlo!
Haya un panorama de ojos abiertos
y amargas llagas encendidas.
y amargas llagas encendidas.
No duerme nadie por el mundo. Nadie, nadie.
Ya lo he dicho.
No duerme nadie.
Pero si alguien tiene por la noche exceso de musgo en las sienes,
abrid los escotillones para que vea bajo la luna
las copas falsas, el veneno y la calavera de los teatros.
Ya lo he dicho.
No duerme nadie.
Pero si alguien tiene por la noche exceso de musgo en las sienes,
abrid los escotillones para que vea bajo la luna
las copas falsas, el veneno y la calavera de los teatros.
19 junho 2010
Ouro
O ouro, a luz que cega, que estilhaça a carne e sublima o espírito, transformando-nos numa pira de cinzas negras, que o vento leva para longe, até nada restar que recorde a sua presença. O brilho amarelo da cobiça, cor de enxofre, nascido no Inferno, numa terra onde nada cresce, a cal viva envelhecida pelo tempo, que corrói a carne, deixando apenas os ossos para serem fustigados pelos elementos, deixando rios de pó vermelho, outrora seiva da vida, que acabam a dançar pelo ar, colorindo desta cor a Lua triste que se esforça por iluminar os ermos de uma qualquer terra esquecida. As sombras são negras, mas baixas, desenhadas por contorcidos troncos, que rangem de sofrimento, gemem de dor, enquanto se desfazem lentamente, caindo mortos na terra infértil, sob o riso dos corvos negros, depenados e infectos que guerreiam pelos despojos no chão poeirento.
O ouro, iluminado pelo quadro negro e escuro, vive solitário, perdido, esquecido, desprovido de pecado, pois agora já não existem sob o Céu vermelho os olhos vitreos onde o seu reflexo pode brilhar.
18 junho 2010
16 junho 2010
Cru
Cru, é a cor da pele quando durmo, refastelado na minha cama grande, com o som dos estores a baterem na vidraça entreaberta.
Cru, é o cheiro da erva molhada de forma mecanizada pelos aspersores que acordam durante a noite enquanto o corpo repousa sobre os lençóis nesta noite quente.
Cru, é o som dos carros, da delinquência e dos alarmes que ecoam ferozes no escuro, nas noites que têm os olhos vermelhos, injectados com o seu sangue maligno.
Cru, é o tacto suave da carne quente de uma amante, enquanto entrelaça as suas pernas em mim, com os olhos cerrados e os seios tesos pela aragem fresca que corre pela janela entreaberta.
Cru, é o sabor do prazer vazio, o alimento do corpo que não preenche a alma, a fome da tesão que não satisfaz o espírito.
Cru, é o tracto do absinto, enquanto tolda o espírito e colora as mulheres sem nome que partilham a minha cama fria.
Cru, e o adjectivo, que completa as frases, quando a luz está trémula e sem vivacidade, nas longas noites tristes e sem cor.
Cru, é o reflexo do espelho, quando quem lá está não é a mesma pessoa que num dia distante sonhei vir a ser.
Cru, é a treliça justa que une os momentos negros a todas as cores vivazes, realçando-lhes o brilho, esmerilhando as toscas pedras até as transformar em jóias reluzentes.
03 junho 2010
Incongruente
Adjectivo
in.con.gru.en.te
1. que não tem ou é contrário à congruência; ilógico; incoerente:
Dizer que 2 + 2 = 5 é incongruente.
2. não concordante, incompatível
02 junho 2010
01 junho 2010
Dias Impares?
Os dias merdosos fazem parte da fibra da vida. Aqueles em que desde o primeiro raio de luz que espreita entre as pestanas está destinado ao derradeiro desastre. Os dias em que tudo está fora de controle, em que tudo o que pode correr mal irá seguir nesse sentido, e não temos como evitar ou escapar, está escrito que assim será!
Desastres possíveis:
Faltou a água porque uma conduta na via pública foi perfurada por causa de uma obra. Banho à gato, com água do Fastio... Um luxo!
Não há electricidade porque um disjuntor foi abalroado durante a madrugado por um carro desgovernado. Fazer a barba com lâmina ás luz de vela é uma aventura, mas sobrevivi sem um único corte (que seja visível)!
Os transportes foram temporariamente suspensos por uma 'avaria técnica', não havendo previsão sobre o momento em que serão restabelecidos. Vou chegar atrasado!
O chefe acordou mal disposto e a sua falta de educação e imbecilidade estão ao rubro, no absoluto auge (apesar disso continua sem nenhum refinamento, a inteligência definitivamente já não cresce naquela careca).
O almoço estava estragado, as verduras sabem a Sonasol, o peixe queimado por fora e gelatinoso por dentro (talvez fruto de múltiplas congelações). Dieta!
Estou tranquilamente a tentar pedir um café (uma fonte de energia para conseguir suportar toda esta insanidade), e o cliente que está no balcão, já atendido, a bebericar um cálice de vinho branco, olha para traz e diz-me se tenho alguma questão para ele, pois provavelmente já o reconheci!? Pois lamento, não sei quem é, nem tenho qualquer interesse em saber, apenas pretendo ser atendido, para que possa pedir um café, negro, fumegante, retemperante!
Estou a aturar um colega de trabalho com o seu queixume do costume, desta vez, é porque foi promovido e o vencimento é pouco maior que o anterior (entre palavras refere o valor, que é por alto, o triplo do meu)! E insistentemente queixa-se da injustiça!
A entrega das compras de supermercado extraviaram-se, foi preciso ligar para ser detectado o problema, agora ninguém sabe o paradeiro das mesmas, ninguém assume a responsabilidade, e a única sugestão dada resume-se ao contacto com os serviços pós-venda no dia posterior! Entretanto alimento-me de ar... É mais saudável!
Dois delinquentes decidem afinar comigo numa arcada escura, têm mau aspecto e procuram vitimas para os seus intentos. E logo num dia como hoje! Viro as costas, pois do confronto não pode advir bom resultado (sinceramente não sei se para eles ou para mim), mas um deles decide insistir...
Noite adentro, uma amiga fala-me no computador (enquanto estou a trabalhar no mesmo, com mais janelas abertas que o velho e pobre coitado suporta, a acreditar na lentidão a que processa o que digito), colocando-me questões que desconheço, num rol infinito de acusações. Acabei por não saber qual era a questão! Se for realmente importante, voltaremos a falar...
O mau karma condensado num único e curto momento?
A pergunta prevalece: o que terei feito de mal para merecer esta tão "educativa" semana...
Amanhã será um bom dia!
P.S. A banda sonora faz esquecer todos os males!
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