22 setembro 2010

Quimera

A ilusória ausência de corpo, a dormência dos sentidos, o reflexo inexistente diante de um cristalino espelho.

Os olhos brancos , não turvos, apenas cegos ao sentir das cores e das formas, a boca e os ouvidos cautetizados, carne alisada e suave, para que nenhum zumbido ou insecto possa entrar, o estômago vazio, escuro e fundo, sem o choro contorcido da fome, as mãos que tocam sofregamente, por não sentir, os pés e as pernas que tentam erguer um torso sem nunca o conseguirem realizar.

Uma lagoa tranquila, ou a lucidez da mente num corpo retemperado. Um cadilho finamente polido onde a magia da alquimia pode iniciar-se... O renascer ou a criação de uma nova vida.

Uma oportunidade.

Uma ilusão.

Um sonho.

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